Vida medíocre
10/12/2024 14:46
“‘Nós inventamos a felicidade’ — dizem os últimos homens, e piscam o olho. […] Nenhum pastor e um só rebanho! Cada um quer o mesmo, cada um é igual: quem entende de outro modo vai voluntariamente para o hospício. Infelizmente, muitas pessoas do século XXI vivem à maneira que Nietzsche descreveu o seu último homem, de modo que filósofos contemporâneos, como Byung-Chul Han em Sociedade paliativa, o consideram o modelo do ser humano contemporâneo médio, que entretém uma vida medíocre de conforto e prazer imediato. Se o caminho adequado para a humanidade não é mergulhar no regozijo hedonista e niilista do último homem, ele também não estaria em reabilitar o Deus assassinado para salvar a cultura do niilismo máximo. O que Nietzsche propôs em Assim Falou Zaratustra, obra que sucedeu A Gaia Ciência, é que o ser humano se tornasse capaz de criar novos valores, abandonando as velhas tábuas que o tornavam dependente de um ser transcendente.”
Matheus Benites, Ser ateu: Desmistificando o ateísmo e quebrando preconceitos para uma vida plena sem religião